segunda-feira, 26 de julho de 2010

O PROXIMO LIVRO DA SÉRIE CREPÚSCULO

Top 3 processos cirúrgicos mais asqueirosamente repugnantes

Cirurgias são, por definição e natureza, um processo traumático e escroto. Mesmo nas melhor das hipóteses, ou seja, o procedimento mais trivial (digamos, arrancar uma unha encravada) ainda envolverá dor, sangue, pus, e possivelmente urina.

E lembre-se, isso porque estamos considerando uma cirurgia que mal é cirurgia na verdade. Imagina então o qual asquerosos são estes procedimentos aqui.

3) Parto (ou, mais especificamente, episiotomia)

Quando eu tinha 12 ou 13 anos, eu tive a infelicidade de estar no mesmo cômodo em que os adultos assistiam a fita do parto do meu priminho Matheus. Não bastasse o trabalho de câmera amador que conferia uma aparência meio Blair Witch Project ao vídeo, as imagens capturadas por si próprias eram a coisa mais desgraçadamente traumatizante que eu vi em toda minha existência.

Após ver o vídeo, eu lembro que me perguntei qual era afinal a grande neurose em relação a filmes pornográficos. O que eu acabar de ver era trezentas vezes pior – uma fita de parto é meio filme de terror, meio vídeo de tortura. O suor, a gritaria, as excreções… qualquer pessoa pode concluir que um episódio de Emanuelle foi algo bem menos danoso à mentes infantis.

Mais tarde eu vim a descobrir que há algo ainda mais horripilante do que o parto em si – as complicações do parto. Como por exemplo, o que fazer se a cabeça da criança é maior do que a vagina da coitada?

E a única coisa mais terrível que isso, é a solução:

RASGAR A VAGINA DA MULHER.

Mais tarde eu vim a descobrir que há algo ainda mais horripilante do que o parto em si – as complicações do parto. Como por exemplo, o que fazer se a cabeça da criança é maior do que a vagina da coitada?

E a única coisa mais terrível que isso, é a solução:

RASGAR A BUCETA DA MULHER.

Yep, de fato existe tal procedimento. Ele se chama episiotomia. A operação consiste em fazer uma incisão que vai da beirada da vagina até pertinho do ânus da pobre infeliz. E caso você seja do tipo curioso/sádico, aqui estão imagens absolutamente apavorantes que vão te dar um arrepio na espinha. Não clique. É sério.

Como se isso não fosse a coisa mais horrível que você já ouviu na vida, haverá um bebê passando pela mesma área segundos mais tarde, terminando de estragar o que a tesoura não esculhambou.

2) LASIK (laser nozóio)

Uso óculos há uma sesquidécada. Isso significa “quinze anos”, a propósito. Li “sesqui” num dicionário há muito tempo (significa “um e meio”) e sempre quis enfiar numa conversa. Texto de blog serve.

Ao longo dos anos, me acostumei tanto com o visual dos óculos, quanto com a sensação de usá-los. Optei por lentes de contato por um tempo mas a idéia e o procedimento de enfiar algo DIRETAMENTE EM CIMA DOS MEUS OLHOS simplesmente dava agonia demais pra considerar fazer todo santo dia. Uma vez consegui colocar as lentes ao avesso também, sei lá como.

E, como mencionei, eu me acostumei com a sensação de ter óculos na cara. Quando usei lentes, ficava constantemente fazendo o gesto de empurrar os óculos pra cima do nariz, apesar de não ter nada lá, estilophantom limb syndrome.

Mas uma ou duas pessoas me disseram que eu ficava bem sem óculos (mentira, aliás, porque a armação do óculos ajuda a esconder minha gordice). Como o processo de pôr e usar as lentes me dava total agonia, comecei a considerar cirurgia LASIK.

O Weird Al Yankovic, icônico músico quatro-olhos que fez aquelas paródias legais lá, fez a operação há alguns anos pra corrigir sua miopia de 12 graus [citation needed]. Se é bom o suficiente pro Weird Al, é bom o suficiente pra mim.

http://img696.imageshack.us/img696/6854/oreillyjavascriptinweir.jpg

VOCÊ NEM PRECISA MAIS DESSES ÓCULOS, SEU POSER

Aí eu comecei a pesquisar a operação. O que eu acabei descobrindo é que processos cirúrgicos são que nem linguiça – se você ver como são feitos, nunca na sua vida você vai querer um.

Primeiro de tudo, o cirurgião corta uma fatia do seu olho com uma lâmina e a dobra pro lado, pra tirar do meio. Pare por dois segundos e imagine isso.

Aliás, nem precisa imaginar. Sobre essa parte de cortar uma fatia do olho (!) e dobrar pro lado, a wikipédia diz:

The process of lifting and folding back the flap can sometimes be uncomfortable.

Eu usaria a palavra “desconfortável” pra descrever um tênis novo, não a sensação de alguém cortar um pedaço do seu olho e dobrar pro lado. Mas tudo bem.

Depois, o tortur… MÉDICO mete um laser pelo buraco, e essencialmente queima o fundo do seu olho. O intuito é remodelar o formato do globo ocular, porque é justamente isso que provoca alguns problemas de visão.

Vamos colocar as coisas em perspectiva.

Sabe quando tu tá deitado na cama e alguém abre as cobertas duma vez, inundando o quarto com luz matinal? Mesmo com os olhos firmemente cerrados, dá um certo incômodo, né?

Ou quando você acorda e madrugada dar aquela clássica mijada completamente descalibrada (do tipo que bate no assento, no box, na lata de lixo, no espelho, etc) e faz uma careta quando acende a luz do banheiro? Bem desagradável a agressão visual, né?

Então, ter os olhos queimados diretamente à base de laser é isso aí, multiplicado por três milhões. E com o agravante de que antes da luz na córnea, alguém cortou o seu olho como se fosse um pedaço de muçarela.

1) Transplante de cocô

Hahaha, consigo até imaginar alguém correndo pro google antes mesmo de terminar de ler o texto. “Cê tá de putaria comigo que existe TRANSPLANTE DE COCÔ”.

Yep. Existe. O nome é levemente mais glamoroso – bacterioterapia fecal(ou pelo menos, o mais glamoroso possível quando a outra parte do nome é “FECAL”) -, mas pras os não-especialistas, é TRANSFUSÃO DE BOSTA mesmo.

(O outro nome pro procedimento é “infusão probiótica humana”, mas essa é muito séria e eu não gosto dela.)

Eu entendo sua confusão/nojo. Transplante deveria ser, teoricamente, a transferência de algo útil pra dentro do corpo de alguém que não o tem. Os transplantes mais pop (fígado, rins, etc) seguem esse padrão.

Qual seria a finalidade de transplantar cocô pra dentro de alguém? Até por que, eu não posso espontaneamente fazer brotar outro fígado ou rim dentro de mim, mas cocô é um recurso renovável, todo dia aparece mais. Que merda é essa (haha, eu não resisti, vão se foder)?

É o seguinte. Existe uma condição médica chama da colitis pseudomembranosa, que trocando em miúdos é uma infecção nas tripas. Além de febre, dores abdominais e a inevitável diarréia que acompanha qualquer desequilíbrio intestinal, a colitis pseudoseilaoque esculhamba a flora intestinal composta por bactérias que vivem aí no seu fiofó.

http://img17.imageshack.us/img17/4110/toiletpaperu.jpg

Esta é a ÚNICA foto relevante ao texto que eu posso postar

E pra consertar o estrago, uma das alternativas é transplantar cocô “sadio” de um doador compatível pro bumbum doente.

É isso mesmo, doador compatível. Não pode ser qualquer cocô, não – cus são exigentes.

E espera-se, assim, que as bactérias que vieram de carona se proliferem no intestino do receptor e reestabeleça o ecossistema microbiológico lá dentro.

A idéia de que alguém estudou anos e anos pra se tornar qualificado pra desempenhar um procedimento deste calibre me deixa ao mesmo tempo decepcionado e estupefato com a raça humana.

É… Eu tenho quase certeza de quando você acordou hoje de manhã, você não imaginava que seria hoje que você descobriria que existecompatibilidade de cocô.